Frutos

2018 >> 05 >> Frutos

Me tornei mãe quando soube que estava grávida – naquela época tudo era 8 ou 80, então, percorri um longo caminho, deixei minha mochila, abandonei tudo do lugar onde estava e segui, até que cheguei em um lugar interno de “maternar”,
tudo que importava no mundo começava com Ali e terminava com CE.
Durante os três primeiros anos de vida desse ser que me tornou mãe, eu li, conversei,
participei de grupos, palestras, sobre crianças, educação, e suas variáveis. E vivi grudadinha nela o tempo todo.
A minha identidade era então: mãe. Alice, você me ensinou a amar.
Depois de um certo tempo vivendo intensamente só esse lado, percorri o caminho de volta,
para quem eu era antes da maternidade, me questionei, demorou mas cheguei lá, e adivinha?
Lá não era o meu lugar também… como ser quem eu era, se minhas prioridades e interesses anteriores não tinham
nenhuma importancia perto do que eu vivia lá no universo da maternidade?
Peguei passagem para um lugar novo, com dores, acertos, erros, – e a cada nova fase da Alice eu era uma nova mãe.
Me encontrei! Eu estava feliz, filhos? Só depois! Então vivi esse período de 3 anos confortável na minha última parada, com minha bagagem completa e equilibrada: quem eu era: mãe, mulher, profissional, tava tudo certo!
Até que um belo dia, um pensamento entrou na rede de pensamentos aleatórios, um pensamento que só estava ali para filtrar o sentimento do meu coração: quero ser mãe novamente. Nesse tempo estávamos morando na Bahia, então conversei com o Rafa e ele que já tinha esse pensamento, também sentiu que estava na hora!
Voltamos para nossa base, e logo chegou Olivia, engravidei em fevereiro assim como de Alice.
Grávida aos 26 anos, os medos da primeira vez deram lugar à outros: como vou dar conta? como vou amar? Sutilmente passava na minha cabeça que nada seria tão intenso como da primeira vez, e a verdade é que não é!
Ao se tornar mãe pela primeira vez, nos despedimos em escala muito maior de coisas que nos identificávamos.
Então logo no início eu percebi que Olivia era macia, doce, que Olivia chegava em uma família que já caminhava fazia nove anos, então ela entraria nesse trem que já tinha norte – e eu curti, curti cada momento da chegada dessa filhota, doce Olivia, veio coroar minha fase madura, a cada situação desafiadora, que lá no passado eu teria perdido minha energia, me desdobrado, agora Olivia me dava a oportunidade de reviver com uma nova postura. E foi um presente. Olivia, você me ensinou uma nova maneira de amar.
Quando fiz a segunda foto, da Olivia, na mesma cadeirinha de criança da Alice, com quase a mesma idade, não questionei apenas o tempo de cada uma, suas particularidades e o que elas dividem mesmo em tempos diferentes.
Mas a Duda que fotografou a primeira e a segunda filha, é a mesma porém mais completa.
Sou mãe, e essa é a maior tarefa da minha vida, sem comparação com tudo que me proponho, é para minha família que sempre volto, é na família onde me questiono, e até onde a casa cai.
E o segundo filho pode te dar um presente: ser mãe, e continuar sendo você, já experimentou?

Vamos fotografar os melhores momentos da sua história? +45 9 99661709